O banco de trás.
Tenho uma amiga de muitos anos
com a qual convivo pouco, mas sempre que nos encontramos damos boas risadas.
Fomos colegas de faculdade, nos formamos junto – no tempo em que o regime era anual.
Tivemos algumas coincidências nas nossas vidas, por exemplo: tivemos quatro
filhos que tem aproximadamente a mesma idade ( ela infelizmente perdeu um, tenho medo disso),
estudávamos junto sempre que a prova era complicada, chegamos a passar uma
noite em claro para estudar Paleontologia que se equiparava à Matemática em
termos de dificuldade para nós duas.Quando havia trabalho prático para
apresentar eu fazia o meu e o dela por compreender a dificuldade que era trabalhar fora e em casa, sem auxiliar e
cuidando de filhos e marido. Ela vivia com muito mais restrições do que eu. Somos
muito amigas desde essa época. Quando tínhamos uma oportunidade saíamos da
faculdade e íamos até a Confeitaria Copacabana para comer um doce e tomar um
suco, era o que podíamos pagar. Nessa confeitaria se fazia, ainda são feitas,
umas roscas que nós chamávamos de roscas de vento, cobertas com suspiro que são
uma delícia, caras demais, só olhávamos e nos contentávamos com o doce e o
suco. No caminho passávamos por vitrines de lojas com roupas finas e dizíamos
uma para a outra: - “um dia entraremos nessa loja e vamos comprar sem nem
perguntar o preço!”.
Depois de formadas, outra
coincidência: ela foi trabalhar no Colégio Agrícola de Santa Maria e eu no
Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, preciso dizer que quem me avisou da
vaga foi ela. Tanto ela como eu fomos homenageadas por uma turma de formandos,
eu, pra não perder o hábito escrevi a saudação para os meus formandos e, por insistência dela, passei
pra ela usar a mesma no momento de se manifestar para os dela. As coincidências
não pararam, mas vou citar a última que, embora triste, merece ser contada –
perdemos nosso maridos, somos ambas viúvas.
Embora ela tenha passado por
várias situações difíceis é uma pessoa realizada, tem condição de entrar numa loja e comprar sem perguntar o preço e muito bem humorada e, hoje, aposentada, goza
de um grande prestígio na nossa cidade. Nisso não houve igualdade, ela trilhou
um caminho diferente do meu optando por dedicar-se à pré-vestibulares, sendo
até hoje considerada a melhor professora de Biologia da cidade, nesse segmento.
Não faz muito tempo nos
encontramos num desses encontros comemorativos de formatura e mais uma vez ela
saiu com uma das suas pérolas. Perguntei-lhe como estava, o que estava fazendo,
ela relatou por alto e, embora risse, disse: “passei para o banco de trás”,
referindo-se ao fato de ter deixado de dirigir seu carro ( sua vida?) e
completou:_ “quando a gente passa pro banco de trás, deu pra bola!”
São boas lembranças que me fizeram voltar no tempo e que despertaram uma vontade imensa de encontrá-la.
Que lindas lembranças e realmente ficamos com saudades, independente da época do ano! bjs e obrigadão pelo carinho lá! chica
ResponderExcluirSão esta amizades, assim sinceras que ficam para sempre. Gostava de ter uma amiga assim.
ResponderExcluirBeijinho
Fê
Olá Sonia.
ResponderExcluirUma amizade verdadeira, sempre há profunda saudade.
Lindo a amizade de vocês.
Um lindo fds.
Beijos.
OI Mamy!!!! Sempre que posso dou uma passadinha por aqui para ver as novi!!!!
ResponderExcluirBJs, tá lindo o blog!
Que lindo ter uma lembrança tão linda de um tempo feliz com pessoas que a gente realmente tem toda afinidade.
ResponderExcluirEncontre mesmo Sonia e se possível passem na confeitaria e comam mesmo aquelas coisas que os olhos clamavam e tire uma self para uma futura postagem.
Isso é lindo amiga.
Abraços com carinho.