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domingo, 29 de abril de 2012

E a demolição foi concluída.



Há algum tempo postei algo sobre uma poda de árvores ao lado do meu apartamento, da minha janela. Desolada, lamentei pelos bem-te-vis, pombas e sabiás que ali tinham seus ninhos, suas casas e criavam seus filhotes. Depois de algum tempo, presenciei da minha janela a demolição manual das paredes internas e parte das externas. Da minha janela presenciei, ontem, a derrubada final da casa dos Nieves Pacheco. Impossível não pensar em quantas histórias, quantos sonhos essa retroescavadeira colocou nos caminhões que se sucederam levando tijolos, reboco, terra, portas e janelas. Foi nesta casa que Dona Jandira teve e criou seus filhos Nauro e Neusimar. Nauro era figura conhecidíssima de Santa Maria, era portador de necessidades especiais e saudava a todos que por ali passavam com impropérios que eram levados na brincadeira pela boa índole de quem os proferia. Neusimar por muitos anos foi repórter policial do jornal A Razão. Não consegui deixar de pensar neles durante toda a tarde de sábado, durante a qual se deu a demolição. Hoje, domingo, o que se vê é um terreno baldio, sem nenhum registro dos tempos em que essa família constituiu-se, criou-se, alimentou-se, dormiu, fez planos, concretizou sonhos.  Imagino as dificuldades por que passaram, os já falecidos, Seu Mário e Dona Jandira para construí-la! Como foi fácil derrubá-la! Repete-se com a casa dos Nieves Pacheco o que aconteceu com os ninhos dos bem- te-vis, pombas e sabiás!

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